Uma em cada cinco famílias é formada por casais sem filhos atualmente no Brasil. Esta é uma amostragem feita pelo Pnad em 2014, atualmente a proporção de casais sem filhos cresceu para quase 20%.
Essa tendência reflete mudanças sociais, como a maior participação das mulheres no mercado de trabalho, a redução das taxas de fecundidade e o envelhecimento da população.
Em números absolutos, estima-se que o Brasil tenha mais de 14 milhões de casais que vivem juntos e não têm filhos.
A decisão de não ter filhos, entre outras coisas, também está diretamente ligada ao custo de se criar filhos no Brasil.
De acordo com pesquisas e estudos, a estimativa média do custo de criar um filho até os 18 anos, na classe média brasileira, pode variar de aproximadamente R$ 500 mil a R$ 1 milhão. Os gastos associados à criação de um filho incluem educação, alimentação, vestimentas, diversão, saúde e custos comuns da família, como aluguel e contas de luz, água, entre outros.
Evidentemente que cada família tem uma realidade financeira e prioridades, e esses números são apenas estimativas médias.
Por outro lado, a pesquisa anual da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), chamada Radar Pet, revelou que, entre as casas com cachorros, 21% pertencem a casais sem filhos onde os pets ocupam um lugar especial nas vidas desses casais.
A escolha de casais brasileiros em não ter filhos trará consequências para a sociedade no futuro, especialmente para às aposentadorias e ao crescimento econômico.
Teremos menos jovens ingressando no mercado de trabalho. Isso afetará a dinâmica da força de trabalho, com uma proporção menor de contribuintes ativos para sustentar os aposentados.
A população envelhecida, combinada com menos profissionais jovens, aumentará os custos com aposentadorias. Atualmente, o Brasil já gasta cerca de 10% do PIB com aposentadorias, e esse número pode aumentar significativamente no futuro.
A falta de renovação geracional pode limitar a inovação, a produtividade e o desenvolvimento econômico.
E por fim, o desequilíbrio entre aposentados e contribuintes ativos exigirão medidas para garantir a viabilidade do sistema previdenciário.
É compreensível então que casais decidam não ter filhos para desfrutarem de um padrão de vida mais confortável, contudo, é importante que estes mesmos casais reflitam sobre seu futuro e seu legado, como indivíduos e como integrantes da sociedade e do Brasil.